sábado, 13 de agosto de 2022

QUEM DIRIA, MINISTRO.

A Paraíba deu mais uma amostragem de inteligência à jurisprudência nacional brasileira ao trazer ao mundo José Américo de Almeida. Depois de longa carreira dedicada à vida jurídica, José Américo nos deixou em 1980 mas, antes da derradeira partida, nos agraciou com sábias palavras: "Ver bem não é ver tudo. É ver o que os outros não vêem".

É,  miseravelmente, lamentável que Marcos Aurélio Mendes de Farias Mello,  ex ministro da Suprema Corte do Brasil, de 1990 a 2021, não tenha se pautado pelas linhas de José Américo pois, em seu entender, a ordem das palavras do paraibano não somente foi trocada como, assim, também, alterado todo o vigor de seu anúncio.  Tenho a certeza que, para Março Aurélio, aquela dimensão foi alterada para "ver bem é ver tudo e não ver o que todo mundo vê". Ministro, eu sou um leigo ao seu lado mas, minha finada mãe sempre afirmou que eu podia enxergar por detrás das paredes. Por anos corridos achei que mamãe se deu ao deleite do exagero mas, pouco antes de sua morte, comecei a aceitar o que ela dizia.

Ministro, que o senhor não goste de Lula, que o senhor possa até declinar, arbitrariamente, da gestão do ex presidente é até aceitável. O que não se aceita é o senhor dizer que vai votar em Bolsonaro. Daí,  o que diria eu de respeitar cabelos brancos? Depois de um bárbaro levar um grande número de brasileiros à morte, depois de um estúpido entregar parte de nosso patrimônio a terceiros, depois de um fascista se cercar de gente da pior índole para compor seu desgoverno, depois de um vagabundo fazer chacota da má respiração de muitos compatriotas e muito mais, o senhor dizer que ainda votará nessa escória eu não necessito usar álibi das palavras de mamãe para afirmar que o senhor é um sem sentido. Que poderia eu dizer de seus julgamentos durante sua passagem pela corte? A inteligência privilegia a alguns quantos e a estupidez disfarça a outros tantos. Luiz Ferraz

segunda-feira, 25 de julho de 2022

A SENILIDADE BILATERAL

 A SENILIDADE BILATERAL


Recordando o grande compositor mineiro,  de Miraí,  Ataulfo Alves, lembro-me de uma de suas canções que diz "quanto mais conheço o homem, mais eu gosto do meu cão. Tem gente que não merece a comida do Sultão" e assim segue.

Por que estou dizendo isso? Não sei se os senhores tomaram conhecimento da impopularidade do presidente americano, Sr. Biden,  onde a mídia maldosa e partidarista, o desqualifica por algumas gafes cometidas em umas quantas ocasiões diferentes e faz referência à senilidade do mandatário.  Um dia desses, ao ler um discurso, com apoio do "telepronter", o presidente cometeu um deslize ao guiar-se pelo aparelho pois, ao final de um parágrafo,  o telepronter dizia "repita a última frase" com o intuito de enfatizar aquele trecho do discurso. O presidente foi discursando e, inconsequente, disse, também,  "repita a última frase".

Eu pergunto a vocês, leitores, qual de nós,  independente da idade, não cometeu certas gafes no decorrer da vida? 

Lembro-me, também, um encontro com o público, próximo à uma loja de roupas, a senadora Suplicy,  cumprimentou até o manequim da loja. Como dava a mão a tantas pessoas, em atitude meramente repetitiva, caiu nessa esparrela.

Pois bem, já na metade do mandato, o Sr. Biden, sofre inúmeros ataques por estes pequenos incidentes que, segundo a totalidade dos republicanos americanos, deve-se ao fator meramente senil. 

Uma indagação que faço a vocês e sem propósito comparativo é querer saber se não seria melhor passar por cima de uma gafe do que mandar asseclas atacarem o Capitólio subtraindo vidas humanas como fez o Sr. Trump? Ao que me consta, o antecessor do Sr. Biden, usufruia de total sanidade mental. 

Entenderam, agora, porque quanto mais conheço o homem, mais eu gosto do meu cão?

Luiz Ferraz

sexta-feira, 15 de julho de 2022

LEX DURA SED SUUS LEX

Boa noite, companheiros e companheiras. Certamente,  em algum momento, até os desconhecedores do latim e, também da jurisprudência brasileira, já ouviram a expressão "dura lex sed lex", já em sua forma compactada e que tem a seguinte tradução: "a lei é dura mas é a lei".

Já tendo circulado em todos os meios de comunicação do país, o grave acidente que ocorreu em Foz do Iguaçu,  o atuante direto no caso em questão e que está internado em estado grave em hospital da região,  foi indiciado pelo crime por motivos torpes, conforme declarou a delegada do caso.

Eu pergunto aos senhores: o assassino foi ao local com o objetivo de matar porque ocorria uma festa? Não. Pelo que se vê nos vídeos e por declarações de quem estava na festa, o assassino de Marcelo e provocador do tumulto, tinha o único objetivo de eliminar o jovem aniversariante por razões rigorosamente políticas e com uma robustez de ódio contra o partido opositor ao governo calhorda, medíocre e ineficaz desse elemento que, atualmente, ocupa a cadeira presidencial e que logo a trocará por um banco de concreto em Bangu 8.

Eu estou mais pendente de que a frase, em latim, que caracteriza grandes tribunais de justiça do pais deveria ser trocada pela frase que melhor me vem no momento que é "lex mimo sed lex est" e que significa "a lei é farsa mas é a lei".

É sabido de todos que a influência do malévolo mor do Planalto e seus asseclas está tentando direcionar o curso da investigação ao seu gosto. Não duvidem se o morto passar a ser o culpado. Isso é muito provável em se tratando desses elementos que dividiram o Brasil, incutiram mais ódio em quem já os tinha, vendeu o que pôde da nação e, até agora, considerado o pior presidente do país, O vagabundo Bozo.

Luiz Ferraz



quarta-feira, 11 de maio de 2022

O MALDITO SOBE O TETO DE GASTOS

 O MALDITO SOBE O TETO DE GASTOS


O maligno mor do Planalto, no ato de nunca fazer nada, agora, de supetão,  aumentou o teto de gastos e disse que nenhum salário público pode exceder aos proventos dos ministros do supremo que é algo ao entorno de 39 mil reais mensais. Até aí,  a pena do semi  analfabeto escreveu bem. Mas o que ocorre na verdade com os elementos verde oliva com suas bocarras no desgoverno daquele miserável mor? Eles abocanham duplo soldo e muito mais gordo, podendo até chegar a 70 mil por mês.  Dentre eles, o duende e muito mais nanico,  o general Heleno, Braga Neto, o Ramos dentre outros.

Eu não sei se os companheiros conhecem bem a história da República,  por volta dos anos 1920 e 1930. Espero que sim e, se não sabem, vou esclarecer: esclarecerei! 

O tenentismo foi um movimento político e militar em que oficiais das Forças Armadas opuseram-se à política da Primeira República. O tenentismo foi um movimento surgido entre os militares brasileiros que questionava as práticas políticas do período da Primeira República.

Pois bem, companheiros, naquele movimento que perdurou até 1935, os tenentes e outros oficiais de baixo rango se opuseram ao governo republicano visando melhores políticas na República de cunho não só social mais de outras variações. 

Agora, e muito simples, eu pergunto: onde estão os tenentes de hoje em dia, cuja a maioria não se acopla ao governo do tirano Bolsonaro e que não fazem, absolutamente, nada para por fim a este desgoverno que mata a população brasileira? A maioria da tropa come migalhas, os sargentos, os sub tenentes e até mesmo os capitães que não se alinham a este desgoverno vão ficar de mãos abanando?

Onde estão os generais Santos Cruz, o general Azevedo e Silva e mais uns 9 generais que levaram um pontapé no traseiro pelo capitão expulso do exercito, o miliciano Bolsonaro? 

Pelo que vejo, Luiz Alves de Lima e Silva estaria envergonhado com esse comodismo.

É vergonhosa a situação do nosso país,  motivo de chacota em dezenas de periódicos internacionais.

Ah, tenentismo, vocês vão ficar mandando os praças pintarem meio fio e lavarem bundas de cavalos ou vão dar um grito bem alto para que toda essa tropa patrulhe nossas fronteiras, que desmantelem o garimpo ilegal, que parem de matar índios e que metam no xilindró os agronegociantes que abusam da mão de obra do campesinato, gente humilde e trabalhadora que merece o apoio de vocês. Estejam orgulhosos do patrono que vocês elegeram, o Caxias, e dêem o grito de basta. Isto é o mínimo que a população pode esperar de vocês. Vender-se por migalhas e ser, publicamente, humilhado pelo miliciano, e coisa pra Pazuelo e os que estão ao lado daquele desgraçado. A dignidade do homem não deve ser afrontada por um capitãozinho reformado que, até mesmo o gen. Geisel,  disse que o elemento não servia.

Pensem nisso. Livrem-nos deste mal.

Luiz Ferraz

quarta-feira, 4 de maio de 2022

MEIO LADO DA VISÃO

O impressionismo da mídia ocidental faz com que o leitor enxergue somente um lado da moeda. É assim mesmo o paradoxo expulso pelos Estados Unidos e o Reino Unido. Eles revelaram ao mundo que o líder russo, senhor Putin, passou dos limites ao invadir a Ucrânia, de Volodymyr Zelenky. O que eles não disseram foi que, desde antes de 2014, a Ucrânia vem se preparando belicamente para um confronto armado e com vários ataques ao Kremlin de Moscovo. Aí, diante de uma mídia massante, do que a população poderia se valer para acreditar? Há alguns anos atrás,  eu, ainda dirigindo táxi nos Estados Unidos, após o questionamento de um passageiro sobre o que eu achava da população mundial, fui bastante enfático que cheguei a assustar o indivíduo. Eu disse a ele que 90% da população do planeta era idiota. Ele, surpreso, indagou. Tanto assim? Meu prezado, fui até tanto quanto otimista. Em que posição estaria os 10% restantes, questionou, novamente, o conduzido, ao que, prontamente, em um piscar de olhos, respondi: dos 10% restantes,  9% são imbecis e a unidade percentual que sobrou ainda vou dividí-lá ao meio. O cidadão surtou de vez. Em que posição eu estaria em todo esse emaranhado? Bem, de informante a guru existe uma grande diferença.  Só o senhor poderá responder à tal pergunta. O homem quase desmaia quando eu concluí a minha investida. Disse a ele que a metade da unidade estaria em cima do muro e a outra estaria dominando tanto a ele, a mim e ao planeta completo. Por fim chegou ao destino final para que o óbito não se concretizasse na viatura.

O porquê de tanto contorno? Simplesmente, para mostrar ao leitor que sua imaginação e conclusões estão totalmeñte atreladas a uma informação qualquer, podendo ser ela falsa ou verdadeira. Isso também influencia na conduta da própria dignidade humana. Ao Presidente Lula declarar à Revista TIME que, tanto Putin quanto Zelensky, ambos são culpados do massacre,   até mesmo alguns de seus aliados se posicionam em caráter totalmente pecimista. São os visionistas somente da campanha eleitoreira. Entenderam agora?

Donetsk e Lugansk são duas províncias no leste ucraniano que querem sua independência e que são aliadas ao governo de Moscou. Seus habitantes, em maioria abrumadora fala russo. Segundo o acordo de paz, realizado em Minsk, ficou estabelecido que as duas províncias teriam sua autonomia, embora estivesse em território da Ucrânia.  Este acordo, desde 2014 não vem sendo respeitado pelo lado ucraniano e, em conclusão, seus representantes tiveram que recorrer ao governo russo. Tudo seria evitado. Concordam? 

Bem, leitores, são brigas dos cossacos. Briga, cossaco. Cossaco briga agora. Na briga de cossacos, não fica cossaco fora.

Luiz Ferraz

quinta-feira, 28 de abril de 2022

O VOTO

 O Voto


A palavra "voto", oriundo do latim "votum", significava, em sua origem,  escolha, desejo.

No final do séc. XV, o termo passou a designar também a opinião que o cidadão manifesta a respeito de uma proposta ou de um candidato; num verdadeiro regime democrático, todos os assuntos importantes são decididos pelo voto, isto é, pela escolha livre dos eleitores.

Assim sendo,  companheiras e companheiros, o voto não é um objeto de permuta, barganha, negociata ou qualquer similitude a isso. O voto, na política, é a manifestação do seu desejo por um candidato que você acredita ser o mais adequado a lhe representar no parlamento ou no executivo.

Não se deixe enganar por influências negativistas. Seja você mesmo e dê sua própria manifestação pois,  assim, você se sentirá orgulhoso, bem ou mal, de ter colaborado para o bem estar da democracia, essa forma de governo que, ainda, com vários defeitos, é a melhor de todas elas.

Não venda seu voto por migalhas, não o troque por um par de tênis ou por uma promessa vã. Seja você, cidadã ou cidadão,  o dono de seus anseios sem que outros respondam por você.  Assim, você mostra o sua  vontade.  Se vender, alugar, barganhar o seu voto, você transferirá para um terceiro o que é seu de direito. Pense nisso. Vá  votar no dia das eleições e retorne para casa tendo a certeza de que vc cumpriu com o seu dever de cidadão, expressando a sua expectativa de uma pátria e um mundo melhor.

Luiz Ferraz


quarta-feira, 27 de abril de 2022

A LUTA DEMOCRÁTICA

 A Luta Democrática 


Ainda na minha mais ingênua infância, ouvia, todos os dias, corriqueiramente, o povão dizer: "você não viu? Saiu na Luta Democrática".

A Luta Democrática era um jornal do Rio de Janeiro, de propriedade do deputado federal Tenório Cavalcanti. Sim, ele mesmo. O homem da capa preta que vivia acompanhado de sua metralhadora "Lurdinha". 

Quase não se fazia necessário o acompanhamento, pelo UDNnista daquele instrumento bélico pois as próprias matérias sangrentas aterrorizavam a população.  Não somente a população de Duque de Caxias, cidade fluminense mas como, também, toda a população do antigo estado da Guanabara, do qual eu sou filho.

Tenório era para Duque de Caxias o que Leonel Brizola foi para o estado do Rio de Janeiro - um líder nato. O povo o seguia e o apoiava. 

Hoje, companheiras e companheiros,  luta democrática é, apenas, mais um ponto de lembrete da minha tenra fase juvenil. Como podemos ter uma luta democrática e um bem estar comum se uma grande maioria de nossos compatriotas, sequer,  ao menos, tentam entender, verdadeiramente, a política em curso que se arrasta pelos pontos cardeais na nação brasileira? O que se vê,  no cotidiano, com honrosas exceções,  são nossos brasileiros afirmarem a seguinte expressão " eu detesto a política". Mal sabe o coitado que ao abrir os olhos, pela manhã, a política já se faz dentro de seus órgãos, com verdadeira democracia e respeito.

Ainda na Grécia antiga, aqueles gregos se decepcionariam ao ver a junção de seus dois vocábulos sendo conduzidos de forma intrinsicamente deturpada pelos habitantes do planeta Terra.

Governo para o povo ou governo do povo são,  irônica e utopicamente, articuladas palavras na boca de nossos irmãos.  A nova versão das expressões mais se refere a um governo para uma quase aristocracia e outro governo para a plebe que se vem arrastando por migalhas.  Muitos desses irmãos não se importam com o bem estar social e amplo. Pensam apenas em seguir um falso messias, ignorante e ameaçador.  

É lamentável. Mais eu preferiria estar nos tempos de Tenório. 

Luiz Ferraz

sábado, 23 de abril de 2022

DESCARADO

 Não lamente, povo brasileiro,  a teu estado

Pois estúpido tem sido muita gente boa,

Grandes estúpidos tinha a Coroa

E milhões de vezes estúpido tem reinado.


Bolsonaro é um estúpido 

E além de grande estúpido, foi estúpido e soldado.

Mais de um quarto da nação acompanhado 

Por estúpidos o "mito" é louvado.


Que governo é famoso por mutreta?

Que na chupeta mama família inteira

Mama até que não possui a mamadeira

Leite d'ouro que outrora foi roubado.



Não te arrependas, brasileiro, do passado

Que por cultos foste bem encaminhado,

Vilões em milheiros ajudados

Por um messias pelo demônio consagrado.


Luiz Ferraz

Sátira do soneto de Manoel Maria Barbosa du Bocage, publicado em Poesias Eróticas, Burlescas e Satyricas.


domingo, 3 de abril de 2022

A DIVINA COMÉDIA BRASILEIRA DO BOZO

Ao contrário do que Dante Alighiere narrava na sua obra "Comédia", onde apareciam o inferno, o purgatório e o paraíso, na do ladrão Bolsonaro, só temos uma primeira e única subdivisão - o inferno.

Vejam que o tradutor de libras é  acomodado de maneira pouco cortês a um lugar de pouca assistência,  o ex presidente Collor, de máscara e imóvel não fazia nem lubrificação os olhos, a Misscheque era ouvido alugado para cochichos, o Marcos Pontes, astronautinha de estrume cujo a família vive no Texas, o locutor de rodeio entre o bem e o mal. Estavam presentes, em espírito, o bispo Edir Macedo, o grande Malafaya, o "Valdomiro chapelão" entre outros. 

Em nome de Jesus. Deus no comando. 

Enfim, episódio dantesco.

Luiz Ferraz

quinta-feira, 31 de março de 2022

TONTOS OU OPORTUNISTAS?

Olha, eu sempre pensei que um juiz tivesse um nome a zelar. Ser honrado e muito honrado pois, afinal, o que é a honra? É,  justamente, a prática de uma ética.   

Olha, leitor, eu não sei se pato tem; ganso, imagino qúe não tenha, agora, marreco seja macho ou fêmea,  esses, sim, nem sabem o que é isso. Que vai ter honra lá o quê. Marreco voa? Só se for igual galinha que, ao descer do puleiro se destrambelha toda no chão. 

O marreco de Maringá está tonto. Será que ele bebe? Foi parcial, foi ministro, foi o diabo a quatro. Bem, foi até recuperador judicial de empresas que ele mesmo  ajudou a afundar. Depois de receber grana por baixo do pano, agora, enlouqueceu de vez. Queria ser presidente,  já não quer mais ser. Disse que quer ser deputado federal mas não descarta uma possível vaguinha no Senado Federal. Ah, sabe por que colégio? Isso, companheiro,  por São Paulo, onde ele não reside, não tem domicílio e nunca militou pelo estado paulista. Isso não pode.  Isso tá na constituição de 88. E aí,  Superior Tribunal Eleitoral. Isso é crime.

Os tragos na casa marrequina são de fazer grande alteração na cabeça. A marreca ainda está decidida. Não sabe se vai pelo colégio paulista ou paranaense. Caso esse último seja o escolhido, vai lutar junto com o promotorzinho do diabo e pastor evangélico, o elemento Dalagnol.

Isso é o Brasil? Aliás,  O que é essa bagunça  de canalhas jamais vista nesse país em que vivemos? Um desprestígio total aos poderes da República.  

Mas isso vai acabar, legalmente no dia 2 de outubro.  Em primeiro de janeiro de 2023 começaremos a reconstruir o verdadeiro Brasil.

Luiz Ferraz

terça-feira, 29 de março de 2022

A MINISTRA QUE COMEU MERDA

Sinceramente, a ministra da agricultura  deste desgoverno bozomínio, a senhora Tereza Cristina, das duas uma: contraiu qualquer doença degenerativa do cérebro ou, então,  comeu merda quando era criança. 

A Infeliz disse nesta terça-feira (29/3) que o demônio Bolsonaro (PL) passou mal no dia anterior “porque ele trabalha muito”.

Será que ela comeu só quando era criança ou segue ingerindo o estrume? 

Um elemento ou projeto de, que não tem seus agendamentos ocupados durante, pelo menos, 8 horas por dia, ou 40 horas semanais, trabalha demais onde? Me diga, estúpida. Por favor, lave primeiro a boca pois, as vezes, é possível que o escremento  se espalhe ao falar.

Fazer motociata, andar de jet ski, comer pizza na rua e pão com leite condensado o ano inteiro é trabalhar demais? Aquele mandrião,  vagabundo dos infernos, nunca soube o que é trabalho. O vocábulo "ócio" na conotação dos nossos dias, expressa posição correta e exata em que ele vive. Não fazendo nunca nada porque quando tenta, faz o que não deve. Se fosse na áurea Grécia antiga, poderia-se dizer que ele estaria usando o tempo para estudos filosóficos.  Nem que tivesse o maldito vivido naquela época,  ele jamais pensaria. Quem não consegue articular duas frases, pensaria o que?

Pois então,  ministra "feia pra chuchu", como diria o saudoso mestre da vassourinha, Jânio Quadros, vai continuar comendo mais merda e evacuando mentiras pela boca? Vai virar Pinócua?

A senhora, ele, os filhos e toda a curriola do desgoverno terão novo domicílio a partir de janeiro de 2023. Bangu 8 lhes espera com ansiedade.

Luiz Ferraz

domingo, 27 de março de 2022

A VOZ QUE NAO FALA

 Meus companheiros, vocês conhecem a expressão "quem fala muito dá bom dia à cavalo"? Caso conheçam, verão que a voz do juiz do Tribunal Superior Eleitoral-TSE, o ministro  Raul Araújo, por poderes que lhe confere o cargo de ministro, foi inconsequente, inoportuna e portadora de um desequilíbrio dentro do comportamento jurídico.  Pois bem, o citado ministro não chegou nem a apear do seu cavalo para que pudesse manifestar o seu desejo. O povo mesmo o negou.

Eu ainda não tinha tido a oportunidade de ver uma voz que não fala. Agora já até posso dizer que foi uma voz muda que não disse nada a qual fui até agraciado em não  ouvir. Foi a solicitação de um pastor, presidente do PL (o partido do Bozo), Sr. Valdemar da Costa Neto, aquele que em 2012 foi preso e condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 7 anos e 10 meses no mensalão, e recebeu uma multa de 1,6 milhão de reais e que em 10 de novembro de 2014, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, autorizou que Costa cumprisse o restante da pena do mensalão em prisão domiciliar. Em resumo, um elemento de conduta "ilibada" e nada nebulosa. Faz-me rir. Em linguagem popular, um pilantra. Foi esta voz que quis falar à uma multidão de jovens assistentes e participantes do evento internacional Lolla Palluza (perdoem-me a grafia) que parasse de falar, em alto e bom som, o nome de Lula; o nome que o povo quer ouvir.

A cantora Pablo Vittar falou a voz do povo. Uma outra cantora também falou a voz do povo. Então como se cala a voz do povo? Em termos de juízes e promotores, alguns quantos teriam que retornar à escola de leis. 

Luiz Ferraz 














sexta-feira, 18 de março de 2022

ONDE ESTÁ A TERCEIRA VIA?

 Eu sei que o saudosismo sempre serve para algo, isso se você fez do passado um instrumento de conhecimento que lhe servirá  de alavanca no futuro. Eu sempre recorro ao meu passado. Livro bom tá ali.

Lá pelos meados do século passado, fazia parte do quadro de programação da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, o programa "Papel Carbono", de Renato Murse. Bons tempos que não voltam. 

Por outro lado, em um antigo trabalho de papai, ouvia o senhor Mário, presidente da empresa, falar aos funcionários, no setor de faturamento, que trocassem o papel carbono pois já não imprimia na terceira via.

Como podem ver, a terceiceira via vem de longa data e não emplaca. O que será que a direitíssima está querendo ao tentar reunir os participantes da maratona política visando uma terceira via? Eu sei. Tá tentando que eles, no conjuntinho, se atropelam entre si e caiam no chão. 

Será que o "calcinha apertada" deixará o "menininho dos pampas" avançar? E se o "marreco de Maringá" tropeçar no "cangaceiro de Sobral"? Ah, já sei. Como podia estar esquecendo que o super herói da terra do condor das Alterosas, atualmente, folgadinho da silva dos seus processos, o "pozinho branco" (segundo as más línguas) não viria para levantar os frangalhos da suposta terceira via? "Levantem, anda, seus molóides, dois estão na frente", manifestou-se  o mineirinho em alto e bom som.

Não sei não. O carbono está gasto e não imprime a terceira via. Joguem o carbono fora porque já não é necessário a terceira via. Ela serve somente pra rascunho.

Luiz Ferraz







segunda-feira, 31 de agosto de 2020

FELIZ ANIVERSÁRIO

Feliz aniversário

Oh, Vandinha, logo vamos ao cinema,
Meu esquecimento,  você não deve perdoar,
Sei que sou um tolo,
Cearensezinha, veja que lhe dei um bolo.

Já estamos combinados,
Logo mais vou lhe esperar,
Perto do ponto de ônibus,
Daquele mesmo lugar,
Não quero perder a primeira sessão,
Vamos ver aquele filme,
"Sempre no meu coração "

Samba de julho de 2020

domingo, 30 de agosto de 2020

O MEU SAMBA

O meu samba.

O meu samba
É feito sem pretensão
Conhecer música, é todo meu sofrimento,
Instrumento, não toco não.
Mas aquele bom cantor
Que quer ver bom resultado
Dou meu samba, com prazer,
Todo escrito e assinado.

Canta, gente, o samba é bom
Canta, é  envolvente
Só o compositor que não presta
Mas de resto, é boa gente (Refrão)

Pra teoria, não tenho conhecimento,
Mas falo, aqui, pro cantor interessado,
Canto o samba, no momento,
Mal ou bem acompanhado
Ao artista, só requer o polimento
Para mostrar na vitrine
Aos ouvidos de bom gosto
O diamante lapidado.

Samba de Luiz Ferraz
Feito em 2015,


POBRE É OSSO

Pobre é Osso

Adoro ser pobre
Essa vida que me interessa,
Tenho até nome de Santo
Pois vivo só de promessa. (Refrão)

Emenda sabonete no outro,
Coloca água no detergente,
Corta guardanapo bem ao meio.
Me desculpe, companheiro,
Mas passo se dá é pra frente.

Adoro ser pobre
Essa vida que me interessa,
Tenho até nome de Santo
Pois vivo só de promessa.

Afoga o Bombril na tigela,
Veja só a covardia,
Louça só lava a seco
Pois é fruto da economia.

Adoro ser pobre
Essa vida é que me interessa,
Tenho até nome de Santo
Pois vivo só de promessa.

Papagaio na prateleira,
Ar condicionado que não esfria,
Pinguim já fez greve de fome
Pra ver se o infeliz aprendia.

Adoro ser pobre
Essa vida que me interessa,
Tenho até nome de Santo
Pois vivo só de promessa.

Vê se sai dessa, malandro,
Vê se mora na filosofia,
Guardar ovo na geladeira
Vai pegar pneumonia.

Adoro ser pobre
Essa vida que me interessa,
Tenho até nome de Santo
Pois vivo só de promessa.

Vai ao motel com a querida,
A noite vai ser diferente
Camisinha furada no bolso
E uma segunda de sobressalente.

Adoro ser pobre
Essa vida que me interessa,
Tenho até nome de Santo
Pois vivo só de promessa.

Tá caindo na boca do povo,
Vê se dá uma de inteligente.
Quem sisca pra trás é galinha, malandro.
O ser humano anda é pra frente.

Samba de Luiz Ferraz
Composição em 30 de agosto de 2020.

domingo, 30 de julho de 2017

CASA DE BONECAS

Casa de Bonecas

Não passava de dez da manhã e, naquele mesmo sábado, diante delas tres, Maria, Toninha e Selma e, posteriormente, mamãe, foi quando me acovardei. Eu, jamais poderia ter visto aquilo e me calado. Talvez fosse meu olhar muito crítico e sensível e de compadecimento para com aquelas bonequinhas maltrapilhas em seu vestir e clamando-me por suas solturas do maldito cativeiro que Maria e suas comparsas a teriam levado, tivessem feito de mim um menino incapaz e sem atitudes.
Elas tres já vinham combinando tudo e como seria a casa e suas bonecas. Organizaram no canto da sala seu covil de tortura. Eu, sempre muito calado, espreitava sempre de longe o comportamento dos carrascos. Que poderia eu imaginar? Absolutamente, coisa alguma. Era o trio manipulador quem dava as ordens e, muitas vezes, em comum acordo, me olhavam com ar de desprezo por pensar que eu seria o clamor daquelas pobres e infelizes bonequinhas. Eu, por minha vez, ao reluzir de cada olhar daquelas tres em minha direção, sentía-me o próprio e seguinte réu condenado naquela inquisição.
Levantavam e transportavam as pobres infelizes sem dó e nem piedade de um lado para outro por simples e mero prazer em arrastá-las pelos compartimentos da casinha improvisada no canto da sala. Não lhes enchiam de alma e nem coração. Não lhes davam o mínimo direito de, sequer, escolher onde gostariam de estar ou fazendo isso ou aquilo. Lavando uma cozinha, quem sabe. Contando entre elas, as bonequinhas, dos prazeres da vida, das desilusões amorosas e assim por diante. Não. À elas não era dado esse direito. Iam para lá e para cá mediante imperativas ordens e transferências ao pegá-las. Pobre e infeliz que fui. Eu assistia àquilo diferentemente e lhes dava, àqueles tres seres inanimados, tamanha esperança que elas pareciam apenas esperar o momento da falta de vigilância.
Mas elas iam de um lado para outro, faziam as tarefas que lhes eram impostas e com garra. Sabiam que tinham por detrás daquelas inescrupulosas e sem piedade toda a força de meu querer bem e minha proteção.
Às vezes, ausentes de qualquer sensibilidade, duas delas e, algumas quantas vezes, as tres, agarravam a mesma pobre bonequinha e, ao mesmo tempo, ordenavam qualquer coisa impossível. Fui covarde mas astuto. Quando dessas passagens eu as convidada a uma distração compulsória, chamando por mamãe. Era a única salvação. As bonequinhas pareciam me agradecer e eu as sorria. Elas eram vida para mim e não objetos de brinquedo. Elas deveriam ser tratadas com carinho, olhadas nos olhos e representar, na verdade, a cada uma das minhas duas irmãs e sua coleguinha.
Ao chamado do almoço por mamãe, papai já sentar-se-ia à mesa. Aproveitei a saída das tres e, imprudentemente, coloquei ao lado de cada uma delas os respectivos nomes de minhas duas irmãs e o de sua colega. Adiantei-me dizendo que elas teriam, depois do almoço, sensibilidade, zelo e carinho umas para com as outras pois aqora já não seriam mais tres maltrapilhas de pano e, sim, gente. Todas com alma coração e vida.
Já vou, papai, disse eu, atendendo ao seu chamado.

Luiz Ferraz

Dia 30 de julho de 2017

segunda-feira, 27 de março de 2017

BAIÃO DO AGRADECIMENTO

Baião do Agradecimento

Agradeço a esse bom brasileiro
Que veio do norte
Em cima de um caminhão
Falo de Lula, seu moço
Que do São Francisco
Fez a transposição
Que ao nordeste deu água
E que reconheço nesse meu baião.

Amanhã já vai água encanada
E bom aumento em minha produção.
Vejam bem a razão da discórdia
E me diga se é inveja ou não.  (Refrão )

É como diz o ditado
Água quem agradece é o chão
Que o nordestino, coitado
Batendo enxada e calejado na mão
Viva bem mais sossegado
De solo fértil pela irrigação
Pois se Lula abre mais um riacho
Inunda toda a nossa nação.

Pois,  agradeço eu a Lula
E a Deus, em primeira posição
O que sempre aprendi de menino
Que trabalho é obrigação
Nada, de graca, seu moço
É bem vindo com satisfação
Se o cabra não fizer com esforço
Nada do céu cai na mão.


De Luiz Ferraz
25 de março de 2017








terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

SÓ COMO DA BOA


Não vou comer qualquer coisa.

SÓ COMO DA BOA

Jamais provei contra filé
Picanha do bom churrasco
Não fez parte do meu prato
Filé mignon, eu que o diga
Em cardápio de restaurante
Só vi mesmo no retrato.

Todo dia lá no morro
Quase na hora do almoço
A nêga me toma a grana
Enfiando a mão no bolso
Faz galinha ensopada
Que só tem pé e pescoço.

Eu nunca fui um Zé Mané
Só dei uma de bom moço
Se nunca pude comer filé
Vejam só, mais que colosso
Não vão me empurrar o nervo
E eu não vou roer um osso.

Agora vem com chã de dentro
Se eu não como chá de fora
Picadinho eu não aguento
Mesmo que feito na hora
Se não dão do bom que como
Dou adeus e vou embora

Passa fora, senhor
Se de primeira eu não como
De segunda não vou comer? (Bis)

De comer qualquer coisa,  tá por fora.

Luiz Ferraz
Em 28 de fevereiro de 2017

sábado, 28 de janeiro de 2017

MINHA VIDA NA ROÇA

Minha vida na roça.

Vivo só o natural
Esta é minha filosofia
Tem gente que me critica
E há até quem mesmo duvida
Pra esse mundo virtual
Aviso que eu vivo a vida.

Comigo não tem whatsapp
Instagram e Facebook, aboli
Twitter não foi coisa certa
Vejam só o meu exemplo
Pra viver bem minha vida
Tenho muito mais é tempo.

Houve quem me criticou
Durante essa longa corrida
Alimentei bem o cérebro
Busquei nunca fazer intriga
Mas vejo que alimento de pobre
Só engorda mesmo é a barriga.

Lá na roça sou muito feliz
Comtemplando a natureza
A comida natural é saudável
É o meu melhor alimento
Pra me levar pro roçado
Meu UBER é o meu jumento.

Pito meu fumo com gosto
Sem ter qualquer regulamento
Não preocupo com horário
Tudo pra mim é bom tempo
Há quem pense ao contrario
Que minha vida é um sofrimento.

Para gosto fizeram as cores
Isso é o que eu sempre falo
O mesmo que tantos amores
Pra quem é muito enamorado
Deito cedo com as galinhas
E acordo no cantar do galo.

Eita, como minha vida é boa
No mundo que é bem pequeno
Mas dentro dele sou grande
Alegria sem complemento
Concebo que a riqueza da vida
Está dentro de cada elemento.

Por Luiz Ferraz

sábado, 24 de dezembro de 2016

CARÁTER

Caráter

A mim, pouco importa
Esse seu ser ordinário
Criticou-me na vida,
Só fez tudo ao contrário
Valeu-se de luxo, atitude e grandeza
Privou-se do mundo
E de sua grande beleza
Enganou-se a si mesmo
Jogando comigo e todos
Como fiel temerário.

Viveu a vida de morte
Nas contas de seu rosário
Cruzou as fronteiras da sorte
Ganhando sempre se fez
Presente nas autarquias
Mas esqueceu-se que um dia
Com toda aquela altivez
Do mais decente itinerário
Que a morte do dia a dia
É o caminhar do calvário.

Já eu, caminhei diferente
Sozinho,  pobre e sem rancor
Mas faz-se longos meus dias
De uma grata solidão
De tres amigos fiz sempre
Os meus mais fiéis escudeiros
Sofreram com minha dor
E de alegria o meu caminhar
Papai, Mamãe e o Senhor
Fontes de luz de meu luzeiro.

Luiz Ferraz
25 de dezembro de 2016








domingo, 18 de dezembro de 2016

AVIÃO

Avião

Tenho medo de altura
Apesar de nunca ter voado
Vivo sentindo uma gastura
E ando meio atordoado
Como posso nao voar
Com esse avião do meu lado?

Ando tão desatinado
Isso é o que se pressente
Com um boing do meu lado
Já estou de sangue quente
To comendo a sobremesa
Antes de ter almoçado

Tenho medo do futuro
Que vem lá do meu passado
Tem coisas feitas no escuro
Que não melhor se faz no claro
Já fiz coisa aqui naTerra
Que me senti ter decolado.







sábado, 5 de novembro de 2016

PASSAGEM

Passagem

O meu sofrer
Nunca foi por ser tão pobre
Dinheiro no bolso
Nunca foi preocupação
Melancolia
Quem me olha não descobre
Mas tenho várias  cicatrizes
Dentro do meu coração.

Esse meu rosto
Capa dura que esconde
Toda a verdade
De uma real situação
Falso sorriso
Que carrego desde longe
Não permite que eu faça
Tamanha revelação.

Oh, minha pátria
Minha terra tão mais bela
Que dentre todas
Foste tu a escolhida
Me hás dado tudo
Até mesmo as sequelas
De saudade sei que morro
Grande amor de minha vida.

Retirar as algemas
Já estou eu bem resolvido
Anos a fio
Refém de covarde indecisão
Prisioneiro, agora se liberta
De uma escravidão maldita
Sentença mais do que severa
Cavada com próprias mãos.

Caiu a máscara
De minha cruel covardia
Nem pura magia
Transforma vida em lamento
Esta alegria
Estampada em meu rosto
Por retorno a minha terra
Acabou-se o sofrimento.

De Luiz Ferraz
4 de novembro de 2016









quinta-feira, 3 de novembro de 2016

ESCRAVIDÃO

Esse samba aí em homenagem a meus pais que já partiram e me deixaram esse lindo legado.

ESCRAVIDÃO

Orgulho eu tenho
Desse corpo maltratado
Trabalho escravo
Já reinou a abolição
Não é possivel
Que a pluma de Isabel
Deixe acabar comigo
Num trabalho tão cruel.

De sol a sol
Querem tirar o meu couro
Meu sangue vermelho
Tá ardendo feito fel
Carrego sempre
Não tem dó nem piedade
Vejam só a crueldade
No transporte de um tesouro

Minha consciencia
Esse feitor que me abomina
Faz que eu transporte
Meu coração que é de ouro
Alma pura, toda ela cristalina
Alteza, não tô assim tão forte
Mas carrego até a morte
O fardo de minha sina

Liberdade,
Que raia dentro desse peito
Pra esse escravo sem direito
Por favor, me dê a mão  (refrão )

De Luiz Ferraz
Dia 3 de novembro de 2016

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

CANTANDO MEU XOTE ERRADO

Cantando meu xote errado

Mas, vice, ó cabra
Vê se deixa de bulir
Das Dores já ta pra vir
Solte minha genitália

Cabra fulero
Lá no meio do forró
É um abuso que só
Cortando quiném navalha

Mas o adianto no nordeste
Ninguém desmente
Galinha cisca pra frente
Mandacaru dá água sanitária

Quando há covarde
Se embola é todo mundo
Só fica de fora Raimundo
Pra chamar a autoridade

Vem cá, seu Zé
Acunhe mais no ribuliço
Deixe de fazer feitiço
Pra eu num arranjar mulé.

Na quinta feira
Contando mais o enforcado
São somente quatro dias
Pro povo ficar cansado

Vale tudo, só num vale Marieta
Ralar buxo mais Amardiçuado
Só pegando na corneta
E cantando meu xote errado.

De Luiz Ferraz
Em junho de 2011












PECADOR DE TEATRO

Pecador de Teatro

Se existe um Deus
É a quem peço eu perdão
Pois diante da solidão
Como posso não pecar?
Já se afugenta
Os meus dias de glória
Vou passando na história
Mais pra lá do que pra cá.

Os meus amigos
Pouco a pouco vão partindo
Não sei por que estão indo
Sem sequer me avisar
Lá no bar, a boemia
Companheira de outrora
Era quem sempre me sorria
Agora é quem me faz chorar.

Fico pensando
Em tão curta que é a vida
Que só perto da despedida
Nos permite avaliar
Esse espetáculo
A maior pura beleza
Da mais rígida disciplina
Atores que saem de cena
Antes de fechar a cortina.

Me leve a sério
Violão,  fique calado
Pelo tanto que gozei
Agora pago meu pecado.  (Refrão )

De Luiz Ferraz
Em 2 de novembro de 2016
Dia de Finados

Realmente, estou triste e por isso saiu esse samba.

sábado, 29 de outubro de 2016

DEUS E EU

DEUS E EU

O ponto de ponto é ponto
Pontuar é quem nunca faia
Bem na hora do encontro
Afiado quiném navaia

Padre que é bom de missa
Reza de cor e sarteado
Mais de zóio na esmola
Que em Jesus crucificado

Tem beata de punhado
Que num qué sair do armário
Mas na hora da penitênça
Reza mais de cem rusário

Tenho dó do sacristão
E também  do coroinha
Pois missa de padre véio
É a mesma ladainha.

Rezei mil sarve rainha
Outros tanto crendeuspai
Com seu vigário me dizeno
Milagre custa mas sai.

A muié de Malaquia
Já de tanto que comungô
Tem mais Cristo dentro dela
Que o Cristo Redentor

Seu padre num vô na missa
Não me chame não senhor
Revorta ver a casa de Deus
Cheia só de pecador

Sei que Deus me perdoa
Sei que o Divino me entende
Mesmo sem saber rezar
Amo mais que muita gente.

Em nome do Pai eu digo
Do Filho digo também
Espirito Santo me dá medo
Mesmo assim eu digo amém

De Luiz Ferraz
10 de novembro de 1988

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

POESIA SERTANEJA

POESIA SERTANEJA

A poesia feita no sertão
Não e seca. Não é não.
É uma poesia dolorida
Rica das dores do solo
Do calejado das mãos
Traços marcados no rosto
Das trilhas secas do chão
Olhos que não suportam
Águas secas que brotam
Das lágrimas do coração.

É do carcará o cantar
As danças de mamulengo
Os calangos no roçado
E couro de meu gibão
É todo chamego e o dengo
De bonecos de Vitalino
Carnaubeiras tão altas
Chame o povo meu irmão
É triangulo, zabunba e o fole
No xote, maracatu e baião.

São as terras de muito Zé
Das Dores, Sant'ana e Maria
Terras secas à vontade
E de um luar do sertão
Tem até coco catolé
Tem o sol todo do mundo
Com a brisa da poesia
A noite de muita esperança
Onde a lua de meia noite
Com o calor das doze do dia.

De Luiz Ferraz
24 de agosto de 1997

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

FAZENDO A BARBA

FAZENDO A BARBA

Pois olhe e passe a mão
Você nunca se endireita
A barba de ante ontem
Vê se agora está bem feita.

É pelo pra todo lado
E uma lâmina bem surrada
Minha mão que não se ajeita
Pelo só que me atrapalha
E com o fio de sua língua
Afiada quinem navalha.

Mas agora de cara limpa
Depois de tanta amolação
E de rosto como ela quer
E par de mãos de aconchego
Nada agrada mais o homem
Que o carinho de uma mulher.

De Luiz Ferraz
17 de outubro de 2016

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

SITUAÇÃO

Situação

Ai, meu Deus
Que carteira que não fala
Quem jantava no Cipó
Hoje tá chupando é bala.

Quem fazia tres "montinho"
Veja que  situação
Quem antes não chupou dedo
Hoje tá comendo a mão.

O freguês já é bem pouco
Em 12 horas de jornada
Chauffeur que fazia muito
Hoje tá fazendo é nada.

Não fosse os companheiros
Amigos do cafezinho
Nem assim nós  lembraria
Dos tempo de 3 "montinho".

Se eu vi, já não  me lembro
Na carteira um bom tutu
Vou procurar outra coisa
Pras banda de Manhuaçu.

De Luiz Ferraz
24 de setembro de 2016

Esse samba eu fiz em homenagem ao companheiro Quati.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

TENHO TODO TEMPO

Tenho todo tempo.

Verbo o que tem é tempo
Qualquer verbo tem relação
Tempo que faz é tempo
Já esqueci o tempo que tem
Que não rasgo nota de cem
Doidice é que sempre me vem
De além não ir muito mais
Pois só passado dá tempo
Voltar em quarquer momento
Indo pra frente e pra trás.

Porém chegará um dia
Que é do tempo também
Com diferente semblante
Dar valor ao tempo quem tem
E pedir ao tempo o bastante
Um momento de retrocesso
Bem valor se dará ao minuto
E em  toda a fração contida
Nem toda vida é instante
Mas todo instante é vida.

Que é tão pouco pra pensar
Passado é tempo presente
E no futuro quem já se sente
É verdade que lá bem detrás
Onde vento dá volta na gente
E conhecimento dá empurrão
Não nasceu quem desmente
Por isso presente ou ausente
Sendo maluco, sou excelente
Muito melhor do que bom.

Mas toda doidera feita
No tempo que a vida nos dá
É a cabeça quem varia
Se tem esse tempo verbal
Tem gente que não aprecia
Que é tempo de detalhar
Vão até  fazer comentário
De como sou analfabeto
Gosto que de mim falem mal
E odeio quem não sabe falar.















domingo, 25 de setembro de 2016

A MORTE DE MINHA TIA

A morte de minha tia

Minha tia morreu
E só por causa da herança
Tinha parente demais
Querendo entrar na dança.

Enquanto a velha vivia
Sua vida era ausente
De aconchego de amigos
E também de seus parentes
Mas a velha empacota
E ainda com sangue quente
Chegava até fazer fila
Nunca vi foi tanta gente.

Refrão :
Minha tia morreu
E só por causa da herança
Tinha parente demais
Querendo entrar na dança.

Logo veio o funeral
Veja como tudo se deu
Não sabia que o povo tinha
Tanto amor no coração
Amazonas que se cuide
Esse lugar já foi seu.
Choraram foi tantas lágrimas
Que outro rio aqui nasceu.

Refrão:
Minha tia morreu
E só por causa da herança
Tinha parente demais
Querendo entrar na dança.

Estou muito agradecido
Veja só que povo bom
Faziam até revezamento
Na alça de seu caixão
De flores faziam arremesso
Olhem só, tanta pujança
Nunca vi ter tanto atleta
Na olimpíada da herança

Ói, segura a véia que ela vorta
Não brinca com essa véia não.

De Luiz Ferraz
23 de setembro de 2016


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

CONFORMADO

CONFORMADO

O pobre de Zé Maria
Que é muito amigo meu
Já está bem preocupado
Com algo que lhe nasceu
Plantou muda no roçado
Mas foi na cabeça é que deu.

Ai, meu bem. Ai meu bem.
Chifre não dá só em gado
Mas na cabeça de quem tem...

E agora o que eu faco?
Veja só minha agonia
Viche, Zé, não faça nada
Mostre mais sabedoria
Pois galho que nasceu ontem
Pode nascer outro dia.

Ai, meu bem. Ai, meu bem.
Chifre não dá só  em gado
Mas na cabeça de quem tem...

Tenha mais fé nessa vida
Em tudo que ela lhe dá
Tanto faz dar na cabeça
Como na cabeça dar
Se a vida lhe deu um chifre
Aprenda também a chifrar.

Ai, meu bem. Ai, meu bem
Chifre não dá só em gado
Mas na cabeça de quem tem...

De Luiz Ferraz
21 de setembro de 2016

Mais um samba.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

PASSANDO A LIMPO

Passando a Limpo

Maria da Penha,
Tu mesmo, a razão
De meu total embaraço
O baile de fornatura
Que pra mim foi um fracasso
Ao eu dar-te a mão pra dança
Olhavas sem nem me ver
E dizia toda orgulhosa
Só escreve em meu caderno
O lápis que tem bom traço.

Depois da noite de baile
Muita coisa o tempo rolou
Anos tantos se passaram
Dias eram folhas de dor
Escritas por muita mágoa
De não ter aquele amor.

Guardei um amor escondido
Em toda  minha tristeza
E o tempo que nos separa
Deixou marca que não solta
Mas Maria da Penha retorna
Tendo levado minha ilusão
Um perdão e um caderno
Suplicando um beijo e abraço
Veja como o mundo gira
No girar do meu compasso.

De Luiz Ferraz
Em 10 de novembro de 2010

O MAIOR INVENTO

O Maior Invento

Tenho medo de altura
Apesar de nunca ter voado
Vivo sentindo uma gastura
E ando meio atordoado
Como posso não voar
Com esse avião do lado?

Ando tão desatinado
Isso é o que se pressente
Com um boing do meu lado
Já estou de sangue quente
To comendo a sobremesa
Antes de ter almoçado

Tenho medo do futuro
Que vem lá do meu passado
Tem coisas feitas no escuro
Que não melhor se faz no claro
Já fiz coisa aqui no chão
Que senti ter decolado.

O aconchego da mulata
É que me deixa turbinado
Não tem asa, não tem nada
Mas  provoca alteração
Que me faz voar bem alto
Sem que eu saia aqui do chão.

Luiz Ferraz
Em 15 de setembro de 2016

sábado, 10 de setembro de 2016

PAR DE SAPATOS

PAR DE SAPATOS

Que belo par de sapatos
Que belo, foi meu trabalho quem deu.
Que belo, piso à vontade
Que belo, em caminho que é só  meu.
Que belo,  piso bem de mansinho,
Que belo, pra não ferir a saudade.

Que belo, pisa manso em saudade
Que belo, também pisa em amargura
Que belo, pisa cheio de vontade
Que belo, quando chove lá  na rua.
Que belo, pisa até  sem piedade
Que belo, com prazer de pisar na lua.

Que belo, pisa ao meio dia,
Que belo, onde bate o sol ardente
Que belo, piso à meia noite,
Que belo, onde o forró tá bem mais quente
Que belo, piso no pé da cabocla
Que belo, mexendo no corpo da gente.

Que belo, pisei no passado,
Que belo, ainda piso no presente
Que belo, se pisarei no futuro
Que belo, só até onde eu aguente
Que belo, meu par de sapatos
Que belo, não deu mais um passo à  frente

De Luiz Ferraz
Janeiro de 2013

NATUREZA

Natureza

Eu sou a mãe natureza,
A mais suprema nobreza
Desde início da criação.
Eu sou a dona do mundo,
Quem criou o raso e profundo
Não bula comigo não.

Eu sou a mão que sustenta,
Aquela que o ser aguenta
Desde o início da construção.
Eu sou a mão que constrói
Sou a dor ferrenha que dói
E que clama por atenção.

Eu sou quem o melhor oferere
Mas o humano não agradece
E desconhece a gratidão.
Eu sou a que não entendo
Tal o descontentamento
E tendo tudo na mão.

Eu sou a única justiça
E ao ver tamanha cobiça
Sei que é exageração.
Eu sou um livro aberto e
Não conheço nenhum decreto
Que chame a minha atenção.

Eu sou do belo,  o mais puro,
Seja no bem claro ou escuro
Serei sempre a exatidão
Sendo eu a unipotente,
Não há livro mais presente
Que a cartilha de minha lição

Eu sou a maior vontade
Ao humano dei com bondade
Mas sinto imensa decepção
O ambiente que dei sem receio
Eles agora chamam de meio
Causando a maior frustração.

De Luiz Ferraz
24 de agosto de 2007

Fico triste ao ver a agonia do mundo.

domingo, 24 de julho de 2016

SAUDADE DA MINHA VIDA

Saudade da minha vida


Que sentimento é  esse que bate em meu peito?
Vou me aprofundar direito e ver de onde é  que vem.
Chegou, nem bateu e nem pediu pousada e
Por mais que eu peça, não quer sair por nada
Diz que já  sentou morada e que já  não  tem mais jeito.

Disse que vai não vai morar só  mas com duas companhias.
Que me entenderei bem com elas, independente da vontade
E as apresentou por nomes como sendo Tristeza e Alegria.
Sempre vivemos as tres juntas e minha graça é  Saudade.

Estarás mais com Alegria por outras vezes mais Tristeza.
As duas são bem unidas e são duas jóias bem raras
São filhas do Pai Eterno mais e sua mãe Natureza
São ciumentas.  Quando uma se ajunta, a outra logo separa.

Não entendo a razão mas me apego mais de Alegria
Mais que dê volta o mundo, não  deixo Tristeza pra trás
Nós tres vivemos tão bem e não nos falta sintonia
Nesse mundo só tenho a elas que me fazem viver em paz.

Apresentaram-se bem as tres. Meu coração tomem e pronto.
Não carece de contrato. Vejo que são boas pagadoras
Viveremos os quatro, então, uma nova grande harmonia
E por serem tão  boas assim, do aluguel terão um desconto
Necessitarei de ti, Tristeza. Também de ti Alegria.

Agora, depois de tudo entre nós  acertado,
Saudade te peço um único e grandioso favor:
Não me leve Tristeza embora, muito menos a linda Alegria
Quem em meu coração já entrou e faz tempo que habita,
Não me deixaria sentir dor,
Saudade de minha vida.


Luiz Ferraz
Em 23 de julho de 2016
Homenagem à Eurides Oliveira de Mendonça,  minha tia Lidinha.
Descanse em paz

terça-feira, 19 de julho de 2016

A MULÉ QUE DEUS CRIOU

A mulé que o Deus criou.

Pois, homi, tome teu tento
E aprenda aqui cum o dotô
Que a invenção  mais divina
Das obra da criação
Foi a criação feminina
Feita por Deus, nosso Senhor.

Pois arrepare pra cunhecer
Que a mulé, inspiração bem profunda
Foi nascida de uma custela
Que é osso duro de ruê
Pois se fosse pra ser fraca ela
Teria sido criada da bunda.

Eu sô um cego anarfabeto
Mas sem ver é que posso enxergar
Que coisa mior que mulé
Nos projeto do Criador
Ou ainda num saiu do papé
Ou nunca Ele vai inventar.

Os homi é qui nunca intende
Das arte da criação
Pois pur mais que eles tudo faça
Num enxerga dois parmo de frente
Que se a mulé foi criada
Foi só pra nos fazer mais valente.

Das mulé  nóis num é  dono
Nem do corpo e nem coração
Das mulé nóis só é  cumpanheiro
Isso eu nunca me atrapaio
Que elas tem toda a valentia
Mesmo num tendo chucaio.

Mulé é que sabe ensinar
Elas atua cum muito sentimento
Elas que ensina os fio
Com as rédia e cabresto nas mão
Elas que sofre, brinca e atura
Mas nunca perde a razão.

Por isso nóis todos os homi
Que achar ser macho engraçado
É que nóis num sofre o que elas sofre
Quem duvida que muda de lado
Homi só é  homi do lado de cá
Do outro lado eles tudo corre.

Como nos verso do cumpanhero cego,
Que se estou chorando agora,
Não choro da minha cegueira
Mas da partida da minha guia
Pois antes de mamãe ir imbora
Eu era um cego qui via.

Luiz Ferraz



A MULÉ QUE DEUS CRIOU

A mulé que o Deus criou.

Pois, homi, tome teu tento
E aprenda aqui cum o dotô
Que a invenção  mais divina
Das obra da criação
Foi a criação feminina
Feita por Deus, nosso Senhor.

Pois arrepare pra cunhecer
Que a mulé, inspiração bem profunda
Foi nascida de uma custela
Que é osso duro de ruê
Pois se fosse pra ser fraca ela
Teria sido criada da bunda.

Eu sô um cego anarfabeto
Mas sem ver é que posso enxergar
Que coisa mior que mulé
Nos projeto do Criador
Ou ainda num saiu do papé
Ou nunca Ele vai inventar.

Os homi é qui nunca intende
Das arte da criação
Pois pur mais que eles tudo faça
Num enxerga dois parmo de frente
Que se a mulé foi criada
Foi só pra nos fazer mais valente.

Das mulé  nóis num é  dono
Nem do corpo e nem coração
Das mulé nóis só é  cumpanheiro
Isso eu nunca me atrapaio
Que elas tem toda a valentia
Mesmo num tendo chucaio.

Mulé é que sabe ensinar
Elas atua cum muito sentimento
Elas que ensina os fio
Com as rédia e cabresto nas mão
Elas que sofre, brinca e atura
Mas nunca perde a razão.

Por isso nóis todos os homi
Que achar ser macho engraçado
É que nóis num sofre o que elas sofre
Quem duvida que muda de lado
Homi só é  homi do lado de cá
Do outro lado eles tudo corre.

Como nos verso do cumpanhero cego,
Que se estou chorando agora,
Não choro da minha cegueira
Mas da partida da minha guia
Pois antes de mamãe ir imbora
Eu era um cego qui via.

Luiz Ferraz



sábado, 16 de julho de 2016

FILHOS DA PÁTRIA

Filhos da Pátria

Filhos da pátria é  o que vós  não  sois
Se dela zombam, riem e achincalham.
Quais filhos poderiam ser, então,  depois
Se a minha mãe nunca pariu canalhas?

E você,  democracia que me empurra
E que me leva em seu dia a dia;
Democracia, peço que não me iludas
Com mais essa tua tal falsa demagogia.

Perplexo, assisto a tudo e bem assustado
A vida dura que um congressista leva
Levando a vida, vai o assalariado
Nem lamparina no final do túnel enxerga.

Estando solto sei que preso estou
À tornozeleira que não mais se tem,
Estando preso é  que caminhando eu vou
Pois a razão só dá-se a quem tem.

E me dá lástima, minha mãe, agora
Ao cuidar de ti, vejo que faço o bem
Mas mãe é mãe, toda uma vida a fora
Pois dá amor a quem amor não tem.

Luiz Ferraz
10 de julho de 2016

quinta-feira, 23 de junho de 2016

FINAL DE VIDA

Final de vida

Não importa como se mata
E nem a forma que se constrói,
Por uma distração maldita
É uma dor que em meu peito dói;
É  uma dor, mas tão  doída
A dor de quem tira uma vida.

Quem tira uma vida é assassino
E quem a mantém não é herói
Acabei por tirar a vida
Dos peixinhos de meu menino.

No aquário todos nadavam
Não fazia falta nem limpeza
Mas a vaidade do ser humano
Que não viu do natural, a beleza
Acabou por destruir
O que contruiu a natureza.

Mas que a justiça seja feita
Na mais comovente audiência
E a clava que bate o povo
Mesmo que peça clemência
Absolvendo-me, estarei livre
Mas preso à consciência.

De Luiz Ferraz








sábado, 28 de maio de 2016

PARA QUE?

Para que?

Guardarmos passado, para que?
Estórias que, somente bem depois, revelarão todos nós.
Eu, desde o começo. E, você?
Até o fim de sua falsa glória. 

Não falarão  de minhas bondades,
Nem de minhas melancolias,
Jamais saberão de minhas vontades,
Muito menos de minhas utopias.

Já de você, coitada, se minha vida for primeiro escolhida.
Lamentarão a minha morte em sua vida,
E como um povo vive de ironia
Não viveu esse povo meu dia a dia
E esquecerão, brevemente, a minha partida.

Queira o Senhor que eu não vá  primeiro.
Terei mais forças para lutar com o destino. 
Já,  você, bem frágil por ser de mim herdeira.
Não saberia explicar-se tão bem, primeiramente, ao Divino.

Para que,  se assim são  os seres?
Malditos vermes e da vida faladeiros.
Em vida não me orientaram os conselheiros
E com meu epitáfio, seguirão os tais e o mundo inteiro.

Por: Luiz Ferraz
Em: 24 de maio de 2012.

domingo, 8 de maio de 2016

MÃE, NO TEU DIA

MÃE, NO TEU DIA.

Mãe,  comigo chegastes agora, 
À minha importância eu me dou, 
Ao ter vós me parido um dia,
Deixando de ser só  mulher,
Para comparar-se à  Maria,
A mãe  de Nosso Senhor.

Ao sair de vosso ventre, um dia,
Junto ao sangue pisado de dor
E eu só chorei no momento,
Diante de vosso  sofrimento
Eu faria de ti minha mãe
E de mim faríeis vós, um senhor.

Só  chorei de tristeza, ao vos levar
Não sei se do Senhor foi maldade
Dizem, a dor de parto ser grande
Contrario, porém,  esta inverdade
A dor pior é  não ter mãe,
Que é a dor da minha saudade.

Por Luiz Ferraz
Dia das mães. 
Maio de 2016



sábado, 2 de abril de 2016

O VERDE QUE EU VEJO

O VERDE QUE EU VEJO

Polêmicas simples e perguntas inusitadas que eu fazia a mim mesmo e aos demais, embora, quase sempre, sem respostas, umas quantas delas me seguiam sem dar trégua. Eram, aparentemente absurdas mas que dava o que pensar a toda aquela gente desde o tempo de minha primeira infância, isso dava.
Nós morávamos no Rio de Janeiro, na Rua Barão de São Féliz, casa de número 13. Era uma casa simples de vila com dois quartos, uma sala e uma copa, divididas essas duas por uma estante enorme; havia uma pequena cozinha onde mamãe fazia milagres com sua comida sempre muito saborosa. Ao fundo havia um pequeno quarto dispensário que era usado para guardar todos os entulhos de uma família pobre.
Morávamos, como pobres, não tão mal. Éramos, por convicção, pobres. Bem, não era lá essas coisas mas íamos vivendo.
Éramos em total seis pessoas - papai, mamãe, minha tia Célia, um primo carnal de mamãe chamado João Inácio e outro meu primo primeiro de nome Júlio que teria vindo de Minas Gerais para cursar a universidade de engenharia mecânica na Universidade Federal do Rio de Janeiro e eu. Julio era muito fechado e falava somente o necessário. Já, João Inácio, era falante e se dava muito bem comigo por suas idéias e um toque muito especial de ser. Júlio era muito dedicado aos livros.
Minha irmã, se casara e fora morar em Copacabana. Estava quase sempre presente mas não vivia o nosso cotidiano da vila.
Lembro-me muito bem que um dia papai deu por querer pintar a casa por dentro para um melhor conforto nosso e, juntamente com a pintura, umas quantas melhorias e aquelas arrumações da época. Pois bem, pintou-se, internamente, a casa de duas tonalidades de cor verde. Era uma dessas casas antigas que cada porta poderia ter aproximadamente mais de tres metro de altura. Ficou excelente para o que já estávamos cansados de ver aquela pintura antiga e desbotada parecendo mesmo a pintura original dos meados do século XIX.
Antes papai não tivesse tido aquela brilhante idéia ou não muito brilhante assim de concluir aquela pintura o que não daria margem a um dilema terrível e que, na ocasião, nos deixaria atordoados e pensativos.
As paredes, do chão até ao teto, se não tivesse seis metros e meio de altura faltaria muito pouco. Papai resolveu pintá-las em dois tons de verde. Do chão a metro e meio de altura, um verde bem leve e pintura à óleo; o restante, com um tom mais claro de verde e pintura lavável, o que seria bem mais econômico.
Uns quantos domingos depois da tal pintura, todos sentados à mesa da copa, mamãe serviria o almoço que, não faltaria aquele macarrão com galinha e o peculiar arroz e feijão. Particularmente, o feijão que mamãe fazia, ao temperá-lo, sentia-se o cheiro saboroso de longe o que nos abria muito o apetite.
Já quase no término do almoço, eu e sempre eu, perguntei ao meu primo segundo, João Inácio: “Será que o verde que vejo nessa parede seria o mesmo verde que você vê?“ Aquilo foi o bastante pra deixar papai inquieto no que, sem soluçar, respondera, tomando a frente de João Inácio que se calaria diante da iniciativa do líder - papai. “Evidente que é o  mesmo verde e todos nós vemos o mesmo“, responde mais do que depressa papai e com total convicção que por pouco não me atrevo a retrucá-lo ao dizer: “papai, pode não ser o mesmo“.
“Deixa de bestagem, menino“, disse meu velho pai.
Daí, João Inácio diz que poderia não ser verdadeiramente o mesmo e eu me senti tão valorizado e tão orgulhoso da pergunta primária que já não me continha. Sentia-me como um gênio diante do pedestal em que João Inácio me colocara e resolvi seguir em frente já que a sorte estava lançada e os ventos sopravam a meu favor. Disse eu, então, a papai: “Papai, quando o senhor viu essa cor pela primeira vez em sua vida, alguém disse que era verde o o senhor a chamaria de verde até o seu último dia de vida, não é assim? Está certo, papai. Agora, papai, quem garante ao senhor que aquela pessoa que lhe ensinou que aquilo era verde via o mesmo que o senhor estivesse vendo?
Papai, mais do que de repente me disse que eu já vinha com outra de minhas loucuras e que aquilo não teria jamais um final. Foi aí que meu primo, o pouco falante, resolveu abrir a boca e dizer que eu poderia ter algo de razão pois nós estaríamos vendo uma tonalidade que todos chamaríamos de verde mas poderia variar segundo o olhar de cada um e que jamais se poderia descobrir isso porque todas as vezes que aquela cor ou aquele tom aparecesse eu diria que estaria vendo um verde mas que não, necessariamente, a mesma cor que os demais poderiam estar vendo. Sabe-se lá até outro tom ou outra cor que sempre apareciam pra diferentes olhos das formas primeiras como foram vistas por eles.
Papai, totalmente perdido dentro daquela polêmica medonha, diz à mamãe: “Dé (nome carinhoso como papai a tratava), me traga um pouco mais de farinha pois seu feijão de hoje está especial. Deve ser pelo domingo.“
Luiz Ferraz, 
2 de abril de 2016

quinta-feira, 31 de março de 2016

O BRASIL QUE CHORA

O BRASIL QUE CHORA

Que tristeza ver a minha terra hoje em dia que chora pelo desentendimento dos seus filhos. É muito de se lamentar ver uma grande parte de seus filhos unidos por um ódio que nem sabe de onde vem. Tentativas e muito mais do que isso por pura ambição a um poder e esquecendo-se dos irmãos menores que sofrem assistindo a uma guerra ferrenha por parte de seus mais adultos e, supostamente mais aptos à condução da mãe.  Brigam entre si por tudo que a mãe lhes dera de coração e naturalmente.
Hoje, minha terra se vê em um mar que antes fosse de lama ou somente água.  Não.  Não é bem assim. É um mar de escândalos que afeta a todos nós.  E para que? Para, simplesmente, ver quem estará ainda mais acima e não se curvará a mais nada a não ser ao ódio e ambição.  Eu, quando criança, sem ainda qualquer conhecimento, me alegrava pelas desavenças de um futebol que nunca joguei mas via minha terra vibrar.  Hoje já não vejo mais isso. Posso assistir de camarote não mais as jogadas de Didi, Pelé, Ademir da Guia, Garrincha e tantos outros craques da pelota,  como se dizia na época.
Hoje, até aquela paixão brasileira, aquela coisa bela de tantos milhões em ação por uma partida de futebol foi substituída por um gigante teatro grotesco onde políticos se jogam entre si aos leões e a platéia - o nosso povo brasileiro - que sem entender porque brigam tanto, dão gritos de louvor a alguns e a outros tantos, atiram-se a eles, também, sem saber porquê, lá em baixo na jaula dos leões da grande arena chamada Brasil. Todos se odeiam entre si e o que é ainda pior,  a ira voraz se arremete contra leões e todos acabam sendo consumidos por mais ódio de vingança e ambição de poderio.  Não enxergam que de lá, bem do alto, a mãe pátria chora por seus filhos que se vão no desentendimento.
Mas não somente isso o que pudesse ou a ainda se tentar fazer. O pior é o espetáculo visto lá mais do alto por todos das nações vizinhas e nem tão vizinhas.  Dão gargalhadas e achincalham ainda mais a grande luta de todos os irmãos em uma só arena que eu, jamais gostaria que fosse chamada de Brasil.
É.  Eu sei que mesmo contra o meu ímpeto, é assim que os povos estranhos se referem à guerra dos irmãos que, como nuna briga de rua, os que se achegam, gritam, zombam, cospem e com porretes, ainda, acertam em qualquer um que possam acertar. Afinal, meus conterrâneos, eles não sabem quem é quem. Querem, simplesmente, ter o prazer da avacalhacão e baderna - dois termos super bem empregados nesta crônica.
Tudo isso para que? Para existir uma desunião entre irmãos e provocada por próprios irmãos.
Que diria Guimarães Rosa desse sertão faminto? Sei não,  seu moço.
Que sinfonia poderia Vila Lobos compor de tudo isso. Certamente ele cederia lugar à música eletrônica.
Nunca leram os versos de Patativa do Assaré entitulado "Prefeitura sem Prefeito"?
Ah, que tristeza me dá.
Melhor fico com o saudoso Mario Quintana pois tenho que seguir vivendo. Mas que tristeza me dá.
"Um dia...Pronto!...Me acabo.
Pois seja o que tem de ser.
Morrer: Que me importa?
O diabo é deixar de viver."
Mas que tristeza me dá.

Por Luiz Ferraz

quarta-feira, 9 de março de 2016

AS POMBAS DO MEU POMBAL

As pombas do meu pombal.

Voar assim e conhecer, ai quem me dera,
Os sentimentos mil, por onde avançam,
A diferenca entre o bem e o todo mal
Conhecerás tu mesmo a primavera?
Ou duvidarás em que não mais há esperança,
Minhas pombas, sentimentos do meu pombal?

Palmadas, dá-me, oh mãe, no meu traseiro,
Que a bunda não foi feita pra sentar,
Faz-me lembrar, minhas lágrimas, os sentimentos,
Que desse pranto, são dores de lamento,
De ti, que já não sabes nem chorar.

Minhas pombas, não ouçam dos modernos, os clamores,
Que vocês foram sempre feitas pra voar,
Que de asas não são feitos os roedores,
Nomenclatura que a querem titular,
Voar, nunca a ninguém fez tanto mal
Nos sonhos, miseráveis, destruidores,
Minhas pombas, sentimentos do meu pombal.

Os meus olhos já não vêem o corpo inteiro,
Mais câmeras já se tem que instalar,
Tenho saudades das dores de um sofrimento,
O meu nariz já não respira mais alento,
Desse corpo que não sabe mais falar.

O que são as dores agora, oh, doutores?
Pergauntas que não se podem contestar,
É a tristeza te dodos os meus amores,
Que se consomem em um corpo não natural
Voem vocês, por trás dos bastidores,
Minhas pombas, sentimentos do meu pombal.

Meu sangue, me carreguem vocês, oh, meus amores,
Que já vou sendo a extinção de uma quimera
De uma raça que nem ouve e nem se espanta,
Nem com glórias e nem gritos de louvores
E nem com alma presa na garganta.

Livrai-me, minhas amigas, deste mal,
Vocês que são todas os sentimentos,
Cubram-me com um vôo de excremento,
Que não me lembrem nem com choros e lamentos,
Me afastem de todos os malfeitores,
Minhas pombas, sentimentos do meu pombal.


Luiz Ferraz, em 21 de julho de 2012

quinta-feira, 3 de março de 2016

O LUAR DO SERTANEJO

O LUAR DO SERTANEJO

Como é boa a vida do sertão.
Lá por onde a humildade nasce, 
Cresce ali mesmo com o sertanejo,
Toma corpo, toma forma e toma jeito
Mas não deixa, de forma alguma, a beleza do seu luar.

O sertanejo nunca foi triste.
O sertão é o que tudo existe,
Sem tempo e nem preguiça  pra contar
Que mesmo morando na roça,
Não deixa, de forma alguma, a beleza do luar.

Só quem conhece pode provar
Que o luar do sertanejo 
É quem lhe provoca o desejo,
Antes de amanhecer o dia, e só com uma Ave Maria
De ir pro roçado trabalhar.

O sertanejo não fala senhora. É “muié“
Garfo pra ele não existe. É “culé“...
Não existe almoço nem jantar. É o “cumê“ do dia
Que com qualquer mistura e café
Faz o buxo ficar de pé.

O sertanejo não é um sofrido.
Ele tem prazer em plantar, em colher, 
O andar do sertanejo não é caminhada, 
Mas o movimento bonito é o da enxada
Que você pensa que sabe mover.

Lá não tem hora bem marcada. 
É tudo pela luz, sempre do belo dia
E a jornada sempre se encerra
Com o recolher das galinhas
E o sol que se deita là por cima daquela serra.

O amor lá nao tem nome 
Tudo o que se produz, se consome, 
E os filhos do sertanejo todos saem pra cidade
Mas o sertanejo lhes pede, por caridade, “pra tudinho vortá
Pois num tem nada nesse mundo mais bonito que o nosso luar“.

Luiz Ferraz

sábado, 1 de agosto de 2015

OBRA INACABADA DE UMA COLHER DE PEDREIRO

Obra Inacabada de uma colher de pedreiro

Na vida, sou mão de ferro
mas também sei alisar, 
tal e qual um João de Barro
que faz do bico a destreza
de tirar da natureza 
o mais puro edificar.
Eu enxergo em minha mão
os cinco andares de um predio:
o mínimo, anular, o médio, fura bolo e polegar.
Empurro a mão na areia,
faço pirão de cimento, 
dou caratê em tijolo,
faço base, acentamento, 
ando no alinhamento
em busca de indireitar.
Reboco de lá pra cá,
chapisco em meia colher, 
e acreditem, se quiser, 
me divirto em chapiscar;
me atrepo nos andaimes,
arriscando desabar;
e no fim de cada dia, 
rezo tres Alvenarias,
pra sorte me acompanhar.
E nessa luta de fé,
Assumo, em voz de colher, 
que no ramo da construção, 
minha única frustração
é não conseguir pintar.
Mas carma, meu pessoá,
eu vou dizer pra vocês
que se tiver tinta Xadrex,
e um piso pra terminar,
eu meto a mão na cumbuca,
misturo o tal tingimento,
e cubro o chão de cimento,
com o mais vermelho encarnado,
e deixo semi acabado,
só carecendo encerar.

       Jessier Quirino

quarta-feira, 22 de julho de 2015

MEMÓRIA

Memória

Vagas tu, por toda uma vida, 
Vividas, de contador de estórias,
Contas tu, uma dor sofrida, 
Chama-te, simplesmente, a ti, memória.

Para que te quero a ti, miserável espanto?
Que me fazes sofrer em falsa glória. 
O passado, lembras tu, a todo encanto,
Mas não sou eu, e, sim, tu, memória.

Descobres tu, o manto do passado, 
Embelezas a mil, toda aquela escória,
E do pó cinzento, vê-se, ainda, os retalhos,
Comtempla-te tu, maldita e boa memória.

Deixa-me viver meu finais e velhos dias,
Envelhecer minha arte bela e compulsória,
Para que material, tenhas tu, em demasia
Contas em morte, minha vida; em vida, as memórias. 

Luiz Ferraz, 
24 de agosto de 1989