Caráter
A mim, pouco importa
Esse seu ser ordinário
Criticou-me na vida,
Só fez tudo ao contrário
Valeu-se de luxo, atitude e grandeza
Privou-se do mundo
E de sua grande beleza
Enganou-se a si mesmo
Jogando comigo e todos
Como fiel temerário.
Viveu a vida de morte
Nas contas de seu rosário
Cruzou as fronteiras da sorte
Ganhando sempre se fez
Presente nas autarquias
Mas esqueceu-se que um dia
Com toda aquela altivez
Do mais decente itinerário
Que a morte do dia a dia
É o caminhar do calvário.
Já eu, caminhei diferente
Sozinho, pobre e sem rancor
Mas faz-se longos meus dias
De uma grata solidão
De tres amigos fiz sempre
Os meus mais fiéis escudeiros
Sofreram com minha dor
E de alegria o meu caminhar
Papai, Mamãe e o Senhor
Fontes de luz de meu luzeiro.
Luiz Ferraz
25 de dezembro de 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário