As pombas do meu pombal.
Voar assim e conhecer, ai
quem me dera,
A diferenca entre o bem e
o todo mal
Conhecerás tu mesmo a
primavera?
Ou duvidarás em que não
mais há esperança,
Minhas pombas, sentimentos
do meu pombal?
Palmadas, dá-me, oh mãe,
no meu traseiro,
Que a bunda não foi feita
pra sentar,
Faz-me lembrar, minhas
lágrimas, os sentimentos,
Que desse pranto, são
dores de lamento,
De ti, que já não sabes
nem chorar.
Minhas pombas, não ouçam
dos modernos, os clamores,
Que vocês foram sempre
feitas pra voar,
Que de asas não são
feitos os roedores,
Nomenclatura que a querem titular,
Voar, nunca a ninguém fez
tanto mal
Nos sonhos, miseráveis,
destruidores,
Minhas pombas, sentimentos
do meu pombal.
Os meus olhos já não
vêem o corpo inteiro,
Mais câmeras já se tem
que instalar,
Tenho saudades das dores
de um sofrimento,
O meu nariz já não respira mais alento,
Desse corpo que não sabe
mais falar.
O que são as dores agora,
oh, doutores?
Pergauntas que não se
podem contestar,
É a tristeza te dodos os
meus amores,
Que se consomem em um
corpo não natural
Voem vocês, por trás
dos bastidores,
Minhas pombas, sentimentos
do meu pombal.
Meu sangue, me carreguem
vocês, oh, meus amores,
Que já vou sendo a extinção de uma quimera
De uma raça que nem ouve
e nem se espanta,
Nem com glórias e nem
gritos de louvores
E nem com alma presa na
garganta.
Livrai-me, minhas amigas,
deste mal,
Vocês que são todas os
sentimentos,
Cubram-me com um vôo de
excremento,
Que não me lembrem nem
com choros e lamentos,
Me afastem de todos os
malfeitores,
Minhas pombas, sentimentos
do meu pombal.
Luiz
Ferraz, em 21 de julho de 2012
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