Como é boa a vida do sertão.
Lá por onde a humildade nasce,
Cresce ali mesmo com o sertanejo,
Toma corpo, toma forma e toma jeito
Mas não deixa, de forma alguma, a beleza do seu luar.
O sertanejo nunca foi triste.
O sertão é o que tudo existe,
Sem tempo e nem preguiça pra contar
Que mesmo morando na roça,
Não deixa, de forma alguma, a beleza do luar.
Só quem conhece pode provar
Que o luar do sertanejo
É quem lhe provoca o desejo,
Antes de amanhecer o dia, e só com uma Ave Maria
De ir pro roçado trabalhar.
O sertanejo não fala senhora. É “muié“
Garfo pra ele não existe. É “culé“...
Não existe almoço nem jantar. É o “cumê“ do dia
Que com qualquer mistura e café
Faz o buxo ficar de pé.
O sertanejo não é um sofrido.
Ele tem prazer em plantar, em colher,
O andar do sertanejo não é caminhada,
Mas o movimento bonito é o da enxada
Que você pensa que sabe mover.
Lá não tem hora bem marcada.
É tudo pela luz, sempre do belo dia
E a jornada sempre se encerra
Com o recolher das galinhas
E o sol que se deita là por cima daquela serra.
O amor lá nao tem nome
Tudo o que se produz, se consome,
E os filhos do sertanejo todos saem pra cidade
Mas o sertanejo lhes pede, por caridade, “pra tudinho vortá
Pois num tem nada nesse mundo mais bonito que o nosso luar“.
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