sexta-feira, 21 de outubro de 2016

POESIA SERTANEJA

POESIA SERTANEJA

A poesia feita no sertão
Não e seca. Não é não.
É uma poesia dolorida
Rica das dores do solo
Do calejado das mãos
Traços marcados no rosto
Das trilhas secas do chão
Olhos que não suportam
Águas secas que brotam
Das lágrimas do coração.

É do carcará o cantar
As danças de mamulengo
Os calangos no roçado
E couro de meu gibão
É todo chamego e o dengo
De bonecos de Vitalino
Carnaubeiras tão altas
Chame o povo meu irmão
É triangulo, zabunba e o fole
No xote, maracatu e baião.

São as terras de muito Zé
Das Dores, Sant'ana e Maria
Terras secas à vontade
E de um luar do sertão
Tem até coco catolé
Tem o sol todo do mundo
Com a brisa da poesia
A noite de muita esperança
Onde a lua de meia noite
Com o calor das doze do dia.

De Luiz Ferraz
24 de agosto de 1997

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