Meu quirido primo e cumpanhero,
Nossa vida e quiném um pincé,
Daqui pra lá, de lá pra cá, só mexeno
E cum muita atenção num modelo,
Mais qui beleza e qualidade, ocê depende
Do materiá qui ocê põe nos cabelo.
Intão pra lá, ocê vai só pintano,
Vorta pra cá, tão alegre como quê,
Mas tem vez qui a pintura iscorre,
E daí, só invai mesmo é lavano,
O que ocê levô muitos ano,
Fazeno um desmantêlo inorme.
Intão ocê mexe di novo cum pau,
Qui tá entre seus dedo apertado,
Dá mais pra lá e pra cá e vai dano é cor,
Só intão ocê cumeça vê mais pra baixo,
Que o céu lá de cima, insolarado,
Num foi o mesmo que ocê já pintô.
Insastifeito, intao ocê vorta retocano,
Cum o pincé bem mais firme na mão,
Mas, agora, a tinta que ocê ta usano,
Já vai secano e num pinta mais frôr.
Pode, inté, ser tamém, viu meu primo,
Que o probrema seja só do pintor.
Pra isso, vou dá ocê um consêio,
Procê pintá um quadro dos bem piintado,
Um quadro feito só de lindas frôr,
E cum um céu lindo e insolarado,
Num carece mais que só duas coisa:
Pincé daqueles bão e coração de um pintor.
De: Luiz Ferraz, em 3 de outubro de 2012
Dedicado a meu primo Carlinhos Amaral, filho de Beto Amaral e Ivone.
Nenhum comentário:
Postar um comentário