terça-feira, 15 de outubro de 2013

A DECOMPOSICAO

A Decomposição

Já lá se vão, deveras, anos a fio, 
Em linhas, meu corpo é quem espera, 
O leito eterno sem estar no cio,
O tão curto fim de uma quimera.

Quem andava sempre teso à espera,
Caldaloso agasalho ao frio que sentia,
Não espirra mais o bem que é dela,
Já à porta dela chega e se desvia.

Agora, agasalhado, não sentirá frio, 
Com as linhas, teu corpo na gaveta,
Perdão, agora morto é quem espera,

Termina tua obra de putaria, 
Dormirá bem quente, o esqueleto,
Juntinho, bem grudado ao capeta.


De: Luiz Ferraz
Em: 15 de outubro de 2013